Meu caminho


Meu caminho cercado com árvores lindas, não posso ver o fim da estradinha de terra, eu apenas ando e admiro a paisagem, tão linda que me emociono ao observar os pássaros voando entre as árvores, o ár é tão puro que respiro com firmeza.
Não há sinais de morte ou de destruição humana, o sol brilha tão intensamente que até posso sentir aquele calor que aquece não o corpo mais o coração.
Observo a cachoeira ao lado esquerdo da paisagem, águas tão limpas e fluindo de uma forma que transmite paz a alma.

Começo a andar mais um pouco ao lado direito vejo um garoto sentado no chão, encostado em uma árvore,aparentava ter uns 10 anos, ele estava contando grãos de areia, olhei para ele tentei conversar, mais ele não respondia, tentei tanto que ele parou e olhou bem fundo em meus olhos, naquele momento eu senti algo estranho, era como se eu já conhecesse ele de algum algum lugar, um olhar tão profundo que chega me tirara o fôlego naquela hora, comecei a tremer muito meu coração disparou naquela hora, eu podia ouvir meu coração, comecei a chorar ali,apertei a mão do garoto e pude sentir aquela tristeza profunda, quando derrepente as árvores começaram a murchar o sol ficou encoberto com nuvens de tempestade, relâmpagos e muita ventania, mais mesmo assim não soltei as mãos do garoto, segurei bem forte e o abracei, sabia que tinha que fazer isso.

Anoiteceu em dez minutos, e não tinha mais terra seca, só lama e lodo, havia um pássaro morto do nosso lado, eu sem entender o que estava havendo,tentei falar novamente com o garoto, perguntei a ele quem você é? de onde vem? por que não consigo te deixar? ele começou a chorar e apontou para o meu coração, nessa hora não sei como mas consegui conversar pelo olhar, ele me disse pelo olhar estranha voz quente e fria ao mesmo tempo ( Eu sou seu interior, me deixe, me abandone siga sua estrada )naquele momento olhando nos olhos do garoto comecei a ver minha vida inteira passando, meus choros sozinho, meus sorrisos forçados, meus amores incompletos e toda minha depressão, senti um calafrio nas costas.

Olhando para o fim da estrada uma paisagem horrível, as árvores retorcidas, a terra cinza, o céu escuro e a lua tão sombria,minha tristeza estava toda ali naquele lugar, o meu interior era aquele garoto triste contando grãos de areia.

O garoto olhou para mim e disse é melhor partir me deixe é para o seu próprio bem, eu não conseguia abandonar aquele garoto mesmo sabendo de tudo, até que derrepente percebi um barulho e um tremor, uma tempestade muito forte começou a cair, mais muito forte mesmo, o chão começava a tremer mais e mais, quando percebi um rasgo na terra vindo em nossa direção devagar, o garoto disse vá, corra ou irá morrer, eu disse: não posso deixar você aqui, tenho que te levar, o garoto se recusava a sair do lugar, tentei puxá-lo pois aquele rasgo no chão estava crescendo mais e já estava próximo mesmo, ele gritava muito para mim ( Vai,vai,vai e me deixe é para seu próprio bem ) A terra estava sendo engolida e aquele imenso buraco no chão estava a um passo de nós, eu chorava e ele também, deu um abraço nele e tentei puxá-lo mais não deu tive que correr e fugir contra o buraco que engolia a terra , avistei de longe o desastre e aquele menino foi engolido pela terra, na mesma hora me ajoelhei no chão e comecei a chorar enquanto a chuva caia sobre mim, pensava muito ( Aquele garoto era meu interior ) ele se foi, percebi uma coisa ,enquanto chorava, não tinham lágrimas descendo, quando abri os olhos...

Meu caminho cercado com árvores lindas, como antes, senti uma paz em olhar para aquele céu de novo, mais de alguma forma sentia falta daquele garoto, acho que no fundo sei que ele vive em mim ainda.
Esse garoto sou eu realmente no espelho, olhando em meus próprios olhos e dizendo (Vá vá vá abandone essa vida) viver não é respirar esse inferno, existe algo além daqui deste mundo insano, existe um lugar com árvores lindas e paz no ar.

Autor: Álefe Shakespeare

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